Ser Mulher!
- asmpsicologia
- 6 de abr. de 2020
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Há uma frase de Simone de Beauvior que diz “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”, ser mulher vai além do natural ou biológico, visto que não se nasce, se constrói.
Uma construção enviesada pela cultura patriarcal, crenças, normas, valores sociais e espirituais, se formos estudar a história da mulher verificaremos que sempre lhe foi imposto muitas regras, deveres e poucos direitos. Mas mesmo assim, a mulher conseguiu se reinventar, ganhar sua independência, a oportunidade de se expressar e falar.
Cada vez mais vem apresentando formas de demonstrar o seu eu feminino, e veja bem, quando falamos nisto, não estamos aqui tentando depreciar a imagem masculina. Esse discurso é apenas uma breve reflexão da construção da mulher, que antes não podiam ser incluídas no mundo social de forma independente e autônoma, necessitando sempre de autorização, servindo, sendo fiel e totalmente obediente.
Os anos foram se passando e o que era denominado de submissão se tornou “rebeldia”, a mulher passou a questionar a razão do poder que havia sobre ela, começou a lutar suas próprias batalhas e a correr atrás de seus sonhos. Aquela mulher percorreu vários caminhos, até que ganhou seu espaço e o direito de se tornar mais ativa na sociedade, sendo: médica, empresária, autônoma, costureira, professora, cozinheira, enfermeira, acompanhante, cuidadora, entre tantas outras. Mas de uma forma diferente, pois agora ela tinha o poder da escolha, aquela que um dia foi ensinada a abrir mão de seus sonhos e desejos, aprendia o significado de ser mulher, muitas exerciam papéis para manter a liberdade que havia conquistado e principalmente lutavam todos os dias contra o fantasma que ainda assola o ser feminino “o patriarcado”.
No entanto, a subjetividade da mulher foi construída com o viés das influências socioculturais, modelada conforme os valores patriarcais, com os sistemas econômicos e políticos de nossa sociedade que permeia até os dias atuais, muitas lutam para romper isto, outras tentam se descobrir e construir-se, e há aquelas que ainda são regidas por estas raízes, afinal não é tão simples desconstruir aquilo que durante anos aprisionou as mulheres, são traumas de um passado, que não se apagam com uma borracha, mas apesar de tudo permitiram muitos aprendizados, não só para as mulheres mas para os homens que estiveram e estão presentes nesta história.
Não há uma fórmula para se tornar mulher, aprende-se fazendo, exercendo o papel, identificando-se com outras mulheres, para construir a mulher precisa descontruir, isso mesmo, é preciso desnaturalizar crenças, preconceitos e tabus que ainda estão presentes em nossa sociedade, para então construir uma nova identidade da mulher contemporânea, aliás quantas mulheres guerreiras você já conheceu que conseguiram se reconstruir? Já pensou ou procurou saber como foi ser mulher para suas avós, bisavós ou até tataravós? Não faz muito tempo que as correntes foram rompidas e continuarão a ser, até haver um dia em que o respeito e a igualdade prevalecerá acima de todas as coisas, principalmente do preconceito.
Abraços até a próxima.
Angélica Monteiro

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